05 fev Como corrigir os desequilíbrios musculares?
Os desequilíbrios musculares podem ser explicados pela diferença de força e flexibilidade entre grupos musculares que atuam sobre uma mesma articulação. Geralmente, isso ocorre quando um determinado grupo muscular está mais forte, encurtado ou mais tensionado que seu respectivo antagonista.
Nos últimos anos, a Medicina Desportiva tem dedicado parte de seus estudos e discussões a relacionar os desequilíbrios musculares ao alto índice de lesões entre atletas. Até o momento, o que se sabe é que a estabilidade corporal, responsável pelo seu alinhamento, está diretamente ligada ao sistema nervoso central (SNC), ao feedback sensorial das estruturas osteoligamentares e ao controle da musculatura ativa.
Sendo assim, qualquer disfunção pode promover instabilidade, a qual será, de alguma forma, compensada pelo corpo.
Mas como o corpo compensa os desequilíbrios musculares?
Uma das formas de compensar os desequilíbrios musculares é a seguinte: os músculos mais utilizados, seja em tarefas diárias, seja por meio da prática esportiva, tornam-se mais fortes ou encurtados. Em decorrência disso, há um enfraquecimento e estiramento dos músculos antagonistas.
E quais são as principais causas do desequilíbrio?
Entre as causas, há o desalinhamento postural decorrente da alteração do posicionamento das estruturas ósseas (aproximação da origem e da inserção, ou seja, encurtamentos).
Há também sobrecargas excessivas em determinadas articulações, ligamentos e outras estruturas, podendo causar lesões agudas ou crônico-degenerativas.
Causas secundárias também explicam os desequilíbrios, como uma lesão anterior, a exemplo de lesões traumáticas e neurológicas, que podem facilitar ou inibir contrações de determinados músculos.
Entre os músculos que tendem ao encurtamento estão: trapézio superior, peitoral maior e piriforme (músculo que fica por baixo do glúteo).
Outras regiões que podem ser afetadas são: tensor da fáscia lata (músculo grande que se localiza na parte lateral da coxa), eretores espinhais. quadrado lombar e reto-femoral.
Por último, o gastrocnêmio e o sóleo (sendo o primeiro o músculo que fica na região posterior da perna abaixo dos joelhos e recobre outro músculo chamado sóleo), elevador da escápula, escalenos, enquanto seus antagonistas tendem ao estiramento.
O processo inicial de um desequilíbrio muscular normalmente não é perceptível ao indivíduo até que suas consequências comecem a se manifestar, em forma de quadros dolorosos (álgicos) e/ou deformidades.
E como se dá o tratamento dos desequilíbrios musculares?
O tratamento dos desequilíbrios consiste na avaliação e detecção das assimetrias das cadeias musculares. No entanto, o equilíbrio fisiológico de forças não tem necessariamente o mesmo valor entre os grupos musculares. Por isso, é importante recorrer a um fisioterapeuta especializado.
Aliados dos músculos: alongamento e fortalecimento
O fortalecimento muscular é a principal medida para garantir a qualidade muscular e evitar o desgaste excessivo da cartilagem, principalmente no trio coluna, quadril e joelho.
Já o alongamento é um aliado no ganho de mobilidade e flexibilidade, auxiliando na correção dos desequilíbrios biomecânicos, melhorando, assim, a qualidade de vida.
No entanto, o fortalecimento muscular deve ser iniciado de forma suave a moderada, com baixa intensidade, aumentando o grau de acordo com a demanda de cada paciente.
Em seguida, o fisioterapeuta pode prescrever exercícios pliométricos, com ciclos de alongamento-encurtamento, o que aumenta a eficiência neural, corrige déficits proprioceptivos e melhora o desempenho neuromuscular.
Essa modalidade de exercício deve ser implantada na fase final da reabilitação, já que o paciente/atleta deve ter força muscular e estabilidade articular adequadas antes de iniciar os exercícios.
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